quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Olhar paraense no Fotobarragem de Outubro

Hoje, 27/10, a partir das 19hs acontece mais uma edição do Fotobarragem na Churrascaria Paranoá, em Brasília/DF, e a primeira edição do Fotoamazônia em Belém/PA, na loja da Sol Informática (Doca). Tanto em Brasília quanto em Belém, o Fotobarragem/Fotoamazônia é um encontro de fotógrafos para apreciar, discutir e difundir a arte fotográfica nos seus mais variados formatos. Todos podem participar, basta levar o seu pendrive com 15 a 20 fotos, multimídia ou video, e projetar!

A projeção on-line, que faz a conexão dos dois encontros, através de videoconferência, apresenta trabalhos de seis fotógrafos do Pará, entre eles, o membro da Lente Cultural em Belém, Paulo Santos. Abaixo, Paulo  apresenta os convidados para a projeção on-line, a excessão do convidado Carlos Barreto, o qual é apresentado pelo jornalista Paulo Silber. 


Ana Mokarzel

   
  No torpor da noite, o bronze da luz se dilui com as imagens. Neste tempo pouco, o michê flerta com seu próximo segundo, tentando seduzir mais um cliente. O brilho do carro, noir, remete a tempos passados, ou quem sabe cria memórias ao fecundar o presente. 
  A fotógrafa Ana Mokarzel, administradora por formação, consultora respeitada na área de recursos humanos, reencontra a fotografia, que conheceu ainda criança. A lembrança do pai lhe vem à memória. Ele ensinou as primeiras lições da escrita com a luz, como um mestre que segura a mão do discípulo no capricho das letras. O envolvimento foi inevitável. Ana passou a se dedicar cada vez mais à fotografia e, sem abandonar o trabalho original, agrega este novo universo a ele. Dinâmica, não se permite limites. Curiosa com a nova janela aberta, Ana se debruça e cai, como Alice no País das Maravilhas. E nos convida a viagens por mundos esquecidos e imaginários repletos de personagens instigantes que poucas pessoas sabem perceber. 

Paccó



  O fotógrafo Raimundo Paccó é conhecido dos consumidores de imagens e notícias. Talhado no front do fotojornalismo, Paccó conheceu o mundo trabalhando para jornais como Correio Braziliense, Folha de São Paulo, entre tantos outros. Um trabalho voltado à documentação, cobertura diária. Companheiro em grandes reportagens, como assassinato de Dorothy Stang ou o massacre dos garimpeiros pelos índios Cinta-Larga em Rondônia - ambos tão simbólicos para Amazônia.
   Mas outro Paccó dentro do mesmo fotógrafo. Em pequeníssimo ensaio, aqui ele se permite um olhar menos tensionado pelo tempo, contemplativo, alheio à produção do chamado hard news jornalístico.Como barco ao largo da cidade, flanando pelos rios, ele transita. Um caminho de luzes trilhado por onde o fotógrafo passa, passa e vê. O movimento das cores nas velhas e sólidas construções estáticas. História que se confunde com cenários cenográficos, vermelho tungstênio marcado nas pedras do forte. E a lua, que ele não mostrou naquele dia, mas guardou na retina.

 
Lucivaldo Sena


   Militante dos movimentos sociais, o fotógrafo Lucivaldo Sena construiu seu início profissional participando e documentando as manifestações populares. A fotografia como ferramenta de denúncia era seu instrumento, no corpo a corpo social. 
   Ele amadurece na infantaria dessas batalhas e, com linguagem própria, técnica precisa e talento consumado, se profissionaliza, publicando trabalhos nos principais jornais e revistas do Brasil, como O Estado de São Paulo, revista Exame, portal Uol, além das agências noticiosas nacionais e internacionais. como AP, Reuters e AFP. Nesta corrida edição do Lucivaldo, uma inesquecível imagem noturna: o cocar com fogos ao fundo. Símbolos que se confundem, que se completam, que se agridem e acariciam. A descoberta, pelos olhos sensíveis, de um veio de possibilidades que dá à fotografia a riqueza que produz encantamento e verdade.
Carlos Barreto



   Carlos Barreto é médico. Sua especialidade: intensivista. Trata-se do camarada encarregado de manter acesa a linda da vida quando ela ameaça apagar-se. Para profissionais do seu quilate, a precisão é imprescindível. Quem sabe tenha influência dessa rotina a característica mais expressiva das fotografias de Carlinhos: elas são geométricas, mas insinuantes. A exatidão, nessas imagens, é pervertida. A reta propõe a fuga dos olhos. A linha do horizonte ameaça uma rebeldia, assimilando personagens como num quebra-cabeça. É uma fotografia a ser desvendada. Como se o médico, preciso como deve ser, ressuscitasse no diagrama do olhar as suas mais estimulantes incertezas. Que são, na verdade, as inevitáveis imprecisões humanas.


Condurú




  JM Condurú é um cara difícil de editar. Ele consegue ser linear na competência. Recentemente, nos aproximamos por meio de Ana Mokarzel para a empreitada das projeções fotográficas, uma parceria perfeita. Juntamos a Lente Cultural de Brasília e Amazônia Fotoclube, o mais novo na cidade de Belém. Deu certo. O cara, conhecido gente boa, frequentador assíduo dos sábados na Sol, logo topou. Funcionou. Para selecionar suas imagens pesquisei em várias de suas galerias. Notei o olhar meticuloso, algumas vezes planejado. A viagem do Círio é fascinante. Tornar nova uma tradição que se sustenta diante dos olhos por mais de dois séculos não é para qualquer um. Parabéns, cara!


Serviço - Brasília
Fotobarragem - A Fotografia no Patrimônio Cultural de Brasília
Data: 27/10/2011
Hora: A partir das 19hs
Local: Churrascaria Paranoá - Barragem do Lago Paranoá
Informações: (61) 8228-8023 / 3963-5119

Serviço - Belém
Fotoamazônia
Data: 27/10/2011
Hora: A partir das 19hs
Local: Sol Informática (Doca)
Informações: (91) 8167-0855 / 8812-7444