sábado, 23 de janeiro de 2010

fotografia e Historia-Parte I

INÍCIO DA FOTOGRAFIA NO BRASIL


Em 1839, o Diário do Commercio, do Rio de Janeiro, noticia a invenção do DAGUERREÓTIPO (imagens obtidas com um aparelho capaz de as fixar em placas de cobre cobertas com sais de prata), primeiro aparelho a fixar a imagem fotográfica, também o primeiro processo fotográfico reconhecido mundialmente, criado pelo francês LOUIS-JACQUES MANDÉ DAGUERRE (1787-1851). No ano seguinte são feitas as primeiras fotos...

A fotografia chegou no Brasil no dia 16/01/1840, pelas mãos do abade LOUIS COMPTE, capelão de um navio-escola francês (corveta franco-belga L’Orientale) que aportou de passagem pelo Rio de Janeiro.

Ele trouxe a novidade de Paris para a cidade, introduzindo a DAGUERREOTIPIA no país. Realizou 3 demonstrações do funcionamento do processo e apresentou o daguerreótipo ao imperador D. Pedro II. Foi a primeira demonstração no Brasil e na América Latina!

Deve-se imaginar quanto seria enriquecedor se pudéssemos conhecer o que teriam dito nos poucos corredores solenes da capital do Império, os que viram as primeiras exposições de 17/01/1840, no Hotel Pharoux, no Largo do Paço, quando se depararam com o requinte daquela modernidade: a fotografia.

Abaixo (lado esquerdo), cartão-postal da primeira metade do século XX, sobre o Jornal do Commercio. Lado direito: foto de Louis Compte, Rio de Janeiro (1840) – 1º DAGUERREÓTIPO tirado na América do Sul.




“É preciso ter visto a cousa com os seus próprios olhos para se fazer idéia da rapidez e do resultado da operação. Em menos de 9 minutos, o chafariz do Largo do Paço, a Praça do Peixe e todos os objetos circunstantes se achavam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que a cousa tinha sido feita pela mão da natureza, e quase sem a intervenção do artista” (trecho do Jornal do Commercio, de 17/01/1840).

O cronista do Jornal Diário registrou a facilidade com que era possível obter “a representação dos objetos de que se deseja conservar a imagem...”, e seguiu narrando as proezas do vistoso instrumento que em poucos nove minutos registrara o chafariz do Largo do Paço, a Praça do Peixe, o Mosteiro de São Bento, “... e todos os outros objetos circunstantes se acharam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que a cousa tinha sido feita pela própria mão da natureza, e quase sem intervenção do artista.”

Rio de Janeiro (1840). Autor desconhecido...


Muito pouco se conhece até hoje, de amadores que naqueles primeiros anos teriam praticado a DAGUERREOTIPIA e os processos subsequentes aqui no Brasil. O Imperador, teria sido um dos primeiros brasileiros...

Em 21/01/1840, D. Pedro II (aos 14 anos de idade), entusiasmado com a nova invenção apresentada por Compte, encomenda um equipamento de DAGUERREOTIPIA em Paris. Em março de 1840, adquiriu um aparelho, comprando-o diretamente de Felicio Luzaghy, por 250 mil réis, possivelmente a primeira máquina desta arte em mãos brasileiras.

Tornou-se assim, o primeiro fotógrafo brasileiro com menos de 15 anos de idade! Mais tarde, já um grande colecionador e um verdadeiro mecenas dessa arte, atribuiu títulos e honrarias aos principais fotógrafos atuantes no país. Promoveu a arte fotográfica brasileira e difundiu a nova técnica por todo o país.

O maior e mais diversificado acervo de fotografia oitocentista constituído por um particular é, justamente, a coleção que foi reunida durante vários anos pelo Imperador D. Pedro II. Oficialmente, ele é considerado o primeiro deguerreotipista brasileiro; fazia imagens de paisagens e de pessoas.



Fonte Sérgio Eduardo Sakall

http://www.girafamania.com.br/index/girafamania.htm